Pesquisa revela novas fontes de Fosfato na Bacia do Paraná

Um relatório do Serviço Geológico do Brasil (SGB) aprofunda o conhecimento geológico da Bacia do Paraná e visa atrair investimentos para o setor mineral

Por Conexão Mineral 03/02/2025 - 21:01 hs
Foto: James St John/Wikimedia Commons
Pesquisa revela novas fontes de Fosfato na Bacia do Paraná
Em 2023, o Brasil importou 86% dos fertilizantes necessários para a produção agrícola nacional

O setor agrícola brasileiro enfrenta uma elevada demanda por insumos minerais e uma significativa dependência de fertilizantes importados. Para lidar com esse desafio, é crucial identificar novas fontes de matérias-primas. Com o objetivo de aumentar as reservas nacionais, o SGB está desenvolvendo o Projeto Fosfato Brasil, que está alinhado ao Plano Nacional de Mineração (PNM) 2030.

Como resultado desse projeto, o SGB divulgou o relatório intitulado "Avaliação do Potencial Mineral de Fosfato do Brasil – Área: Sequência Devoniana na Bacia do Paraná (PR e MS)". Este estudo aprofunda o entendimento geológico da região e busca atrair investimentos para o setor mineral, contribuindo para o desenvolvimento do país. Essa iniciativa apoia a mineração, a tomada de decisões de investimento e a formulação de políticas públicas. O relatório pode ser acessado aqui.

A pesquisa investigou a sequência devoniana da Bacia do Paraná, avaliando o potencial de mineralização de fosfato e sua formação geológica. O estudo abrangeu estratigrafia de sequências, petrografia, geofísica, geoquímica de sedimentos e litoquímica.

A Bacia do Paraná é uma das principais bacias intracratônicas da plataforma sul-americana, com uma área de 1,5 milhão de km², abrangendo partes do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Principais Resultados

Duas sub-bacias da Bacia do Paraná foram analisadas: Alto Garças (MS) e Apucarana (PR). Os resultados indicam que Alto Garças apresenta o maior potencial de mineralização, devido à presença frequente de camadas contínuas de fosforito intercaladas em folhelhos negros, ironstones e arenitos fosfáticos, sugerindo processos fosfogênicos significativos.

Entretanto, a viabilidade econômica dessas camadas precisa ser mais bem avaliada, uma vez que sua espessura é limitada. Como alternativa sustentável, o estudo propõe a realização de ensaios agronômicos com esse material, que poderia ser utilizado como remineralizador de solo a partir do rejeito da indústria cerâmica.

O Projeto Fosfato Brasil faz parte da Ação Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil, que integra o Programa Mineração Segura e Sustentável. Este programa reúne iniciativas que visam estimular a pesquisa e a produção mineral no país, com foco no fornecimento de matérias-primas essenciais para a infraestrutura e a agricultura brasileiras.

Importação

De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), em 2023, o Brasil importou 86% dos fertilizantes necessários para a produção agrícola nacional. Essa elevada dependência de importações é resultado da carência desses nutrientes no solo brasileiro e da baixa produção de fertilizantes, que não consegue atender à demanda.